8 de novembro de 2016

Life | Depressão?

Vila Pouca de Aguiar, Portugal



O tema de hoje não é de todo um tema fácil de escrever e descrever, mas é um tema que na minha opinião deve ser falado e visto com outros olhos, com este post não me vou colocar, de todo, num papel de "coitadinha", mas sim num papel racional contando um pouco da minha experiência, e quem sabe, com isto, poder ajudar quem pelo mesmo passou ou está a passar. Bem-vindos ao post sobre a Depressão. 

Quando menos se espera, eis que a mente nos ataca! Verdade. Eu julgava já ter batalhado o que tinha a batalhar com estados depressivos. Achava, pois bem, só achava. 

Lutei contra o bullying? Engoli.
Lutei contra abusos? Engoli. 
Lutei contra a morte do meu Pai? Engoli.
Lutei contra relacionamentos venenosos? Engoli.
Lutei...contra mim mesma? Falhei!

Lutei, lutei e julguei ter tudo resolvido dentro de mim. No passado em estados depressivos, escondia-me, chamava a atenção com auto-mutilação, ameaçava com o suicídio quem me era mais próximo. Porquê? Tudo para chamar a atenção, porque no fundo, no fundo estava sozinha, um estado só doentio, porque há que frizar que estar sozinha e estar bem só são coisas completamente diferentes.

Bem, a verdade é que com a idade fui vendo que agi de forma errada no passado e comecei a viver uma vida mais leve e fresca. Ajudava, como sempre ajudei, quem me é mais próximo e quem em mim ajuda procura, entrei num relacionamento, e andava bem. Bem, agora vem a parte em que me riu, achava eu estar bem. Bastou eu ver quem realmente tinha diante de mim, e eis que no terminar de tudo, tudo me caiu em cima. Tudo o que eu engoli, tudo o que escondi, tudo veio ao de cima e como se de uma avalanche de neve se tratasse, eu cai, e cai bem de focinho no chão como se costuma dizer. 

Não aguentei, de todo, a avalanche de sentimentos que me rompia o peito (isto em junho!) e eis que cometo a maior loucura de auto-destruição que eu poderia ter feito a mim própria, enfardei comprimidos. Não tem outro nome, não tem! E nem eu até hoje compreendo o ato. A verdade é que o cometi, e acreditem que não é fácil vir falar disto, não é que sinta vergonha, mas desilusão própria? Talvez este seja o melhor termo. Ao analisar melhor tudo, eu não queria terminar a minha própria vida, mas sim, mais uma vez, chamar a atenção de quem me rodei para verem que de facto, a rapariga alegre que conheciam, não mais existia, pelo menos, não naquele momento esgotante. Escrevi uma nota e deixei-a no meu local de trabalho, parece de loucos certo? E é! A Márcia aflita ligou para a saúde 24 e de lá encaminharam-me para o hospital, onde passei a noite a pensar e a repensar na bela, e perdoem-me a expressão, merda que acabara de ter cometido. Teria eu feito aquilo pelo fim do relacionamento? Não de todo, custou, claro, mas o término deu lugar aos sentimentos engolidos a virem ao de cima, tudo junto deu uma explosão que podia ter dado término a minha vida. Mas se ainda cá estou, é porque a minha missão de vida ainda não terminou! 

Fiquei um mês de baixa em casa. Novamente, mais um erro, escondi-me de casa, só por o pé fora da porta me dava uma angústia e ansiedade que não consigo explicar. Tinha três tipos de medicação, anti-depressivo, um para não me dar impulsos de loucura e outro para eu poder dormir. O acompanhamento psiquiátrico? Deram-me naquele dia, estamos em Novembro e eu a espera da carta, mas aqui entra o porquê do post, Nós somos capazes de ser mais e melhores do que aquilo que a depressão nos faz sentir no momento!

Estar trancada em casa não me ajudou em nada, mas sabem o melhor disto tudo? Vi quem realmente tinha do meu lado. A preocupação dos meus amigos e clientes habituais que vão ao bar onde trabalho, aos familiares que se preocupam comigo, a minha Mãe que me mostrou mais uma vez que é o maior amor que tenho. 

Numa noite, chegaram a arrancar-me de casa e foi o melhor que podiam ter feito por mim. As noites de verão (em julho) eram passadas a beber sumos naturais no Mercado de Sabor, local onde trabalhava o meu melhor amigo, que em agosto se tornaria no meu namorado, e depois das duas da manhã ia com o meu grupo de amigos para a barragem apreciar a natureza e continuar a conversa. As saudades que tenho destas noites de verão! E foi nessa noite que o Miguel conseguiu capturar do nada, a foto com o sorriso mais sincera que tinha dado em meses! 


Tive e continuo a ter as melhores pessoas do meu lado e é a elas que eu agradeço por me terem ajudado a ver-me a mim própria com outros olhos. Porque não há ninguém que nos possa salvar mais, que nós próprios!

Larguei a medicação sozinha, dizendo que não me ia tornar numa zombie da ciência mental, que ia conseguir lutar de forma correta desta vez, voltei para o trabalho um dia após Portugal ganhar o europeu, e lutei sozinha e acompanhada contra os meus próprios demónios. Se ainda os tenho comigo? Todos os dias, se me afectam? As vezes, mas agora tenho a capacidade de estar ao lado deles e perguntar "E então? Tudo bem?" Aprendi a valorizar-me porque de facto, eu sou mais do que aquilo que penso, eu tenho capacidades, eu tenho a minha própria beleza, mesmo vestindo um 48, há pois é bebé! E tenho agora a capacidade de com a minha experiência ajudar quem pelo mesmo passa. 

Histórias diferentes, mas a verdade é uma, a depressão é capaz de dar cabo de qualquer um. Caso estejas a passar por uma, não temas em pedir ajuda, não temas e dizer que não estas bem, não te temas a ti próprio! Se eu fui capaz de dar a volta por cima e sorrir, tu também o és. 

A depressão tem aquela belíssima capacidade de ofuscar o melhor que temos a nossa volta, mas aos poucos conseguimos voltar a ver a beleza interior e exterior do que nos rodeia, e de nós próprios. 

Para qualquer eventualidade, dúvida, medo, ou mesmo que seja só para desabafar, estou sempre pronta a vos ouvir e ajudar no que me for possível. A depressão é destruidora mas nós somos mais fortes que ela. Meses depois estou aqui, a falar publicamente do que se passou comigo, agradecer a quem esteve do meu lado e a mim própria e a estender a mão a quem precisa dela. Se eu fui capaz, tu também o és! 

Não tenho fotos com toda a gente que esteve do meu lado, mas deixo aqui as que tenho e as que me são muito especiais. De uma forma ou de outra estas pessoas foram extraordinárias na minha vida e não posso de todo esquecer quem me deu apoio através da internet, e a médica que me aturou no hospital. A todos, assim não me esqueço de ninguém, OBRIGADA! 

Já sabem, para o que precisarem, contem comigo. Falem comigo pelo messenger do face, pela página, pelo snap, ou mesmo por mail: sonia.sdavid90@gmail.com

Página: aqui
Snapchat: soniadavid90
Instagram: @soniadavidmakeup 

Sem medo, juntos lutamos contra tudo, e a maior força? Essa está em nós mesmo! RAWR!











14 comentários

  1. És uma guerreira Sonia, por sinal muito bonita ;) . Obrigado por partilhares a tua experiência. Eu mesmo sofro de uma depressão e sempre fui contra a medicação mas, nos últimos 2 anos comecei a medicar-me corretamente porque já não aguentava mais , precisava de ajuda e procurei-a . Hoje estou um pouco melhor mas continuo numa luta constante e agonizante. Bjs e muita força, Rogério

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    1. É sempre bom saber que há pessoas que ultrapassam os piores obstáculos a que a vida nos submete. És uma guerreira linda e cheia de força de vontade ������

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  2. Li o teu post do início ao fim e não sei o que é que hei de comentar (sou mais de ouvir do que falar/aconselhar).
    Também passei por bullying e houve uma altura em que estive mais "em baixo" mas depois tudo se resolveu.
    O importante é teres algo que te motive e pensares que ainda estão para vir muitas coisas boas.

    Um beijinho grande!

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  3. Psiuu, cada dia é mais uma Vitória. Xi <3

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  4. É sempre bom saber que há pessoas que conseguem ultrapassar os piores obstáculos da vida. És uma guerreira linda e cheia de força de vontade 😍😍

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  5. Também já tive depressão e ainda hoje me sinto um pouco deprimida durante o inverno, e sei que é duro e nos piores momentos é esgotante! Força :)
    Bjinhos

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  6. Muito obrigada pelo teu testemunho, foi tão sincero e como me identifiquei tanto nessas palavras...
    Infelizmente também conheço esse demónio, a depressão (entre outras coisas)

    Posso dizer que estou a lutar, não que estou bem...Porque o problema está a depressão não é simplesmente uma doença...é mais do que isso...Não somos carros que vamos para oficina e fica logo tudo bem. Demora tempo, anos até...

    Muita força e fico muito feliz que estejas a dar a volta por cima!

    beijinhos, Andie from Thoughts of a Weird Girl in a Crazy World

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  7. Estou lutando dia a dia ☺fico feliz por teres conseguido superar ��

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  8. Olá lindona,
    fiquei sem palavras ao ler esse post, mas, não podia deixar de comentar aqui.
    Uma história de amizade e superação, que a cada dia vença mais obstáculos com esse sorriso lindo no rosto.
    beijos.

    meumundosecreto

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  9. Revi-me em ti há uns anos atrás, linda!
    Infelizmente passamos por momentos difíceis na vida, mas que ultrapassados só nos tornam mais fortes e melhores pessoas.
    Arrisco-me mesmo a dizer que, completamente resolvidos,esses momentos acabam por fazer de nós pessoas mais felizes e apreciadoras do esplendor da vida.
    "Se a vida não fosse sofrida, a vida não era vivida" (Sherazade e as 1001 noites).
    Beijinho.
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  10. A minha mãe teve depressão quando eu tinha 13 anos, aprendi a viver com ela de perto. Vi ela a cair muitas vezes mas não a vi a levantar tantas quanto queria. Vi ela a tentar tornar a coisa finita (se é que me entendes). Vi muita coisa que me moldou (bem a mal). Fui ao medico diziam que também tinha depressão, quiseram logo medicar-me. Não quis e não tomei nada, porque na verdade estava com uma grande crise de ansiedade por toda a situação que estava a viver.

    Passados 10 anos, vejo a minha mãe melhor que acabou por se aceitar e lutar contra fantasmas do passado (e presente). Vi também a minha mãe a aprender a dizer "não". Porque grande parte das vezes o problema do engolir é um não saber dizer não.

    Gostei imenso do teu texto e depoimento!
    Beijinho grande*

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  11. Linda linda linda uma grande Mulher orgulho de um dia te ter conhecido e pena a distância e de não nos falarmos como antigamente. Adoro-te ontem, hoje é amanhã. Beijocas fica bem

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  12. Ainda bem que tives te pessoas que te amam do teu lado. Isso é o mais importante para podermos ultrapassar essa e qualquer outra barreira que a vida nos imponha.
    Bjinhos grandes

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